Adolescente que vivia em cobertura em Balneário Camboriú é alvo de operação contra golpes de doação ao RS

Adolescente que vivia em cobertura em Balneário Camboriú é alvo de operação contra golpes de doação ao RS

Adolescente que vivia em cobertura em Balneário Camboriú é alvo de operação contra golpes de doação ao RS. Um luxuoso apartamento na beira-mar de Balneário Camboriú, Santa Catarina, com um aluguel de R$ 30 mil, foi identificado pela polícia como uma base para golpes na internet. Entre os crimes, havia uma fraude que simulava campanhas de doações para ajudar as vítimas das inundações no Rio Grande do Sul. O local, onde morava um adolescente de 16 anos suspeito de participar do esquema, foi alvo de uma operação do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).

A investigação da Polícia Civil gaúcha descobriu o apartamento enquanto buscava os responsáveis por uma fraude que explorava a calamidade no estado para obter lucro online. O adolescente, que ostentava uma vida de luxo nas redes sociais, foi incluído na investigação da Força-Tarefa Cyber, criada para apurar estelionatos virtuais e disseminação de notícias falsas sobre as inundações no RS.

Durante a operação, além do adolescente de 16 anos, a polícia encontrou mais dois suspeitos, um de 17 e outro de 20 anos.

— Encontramos os três sozinhos em um apartamento de luxo, trabalhando com dinheiro ilícito obtido pela internet, praticando diversos golpes virtuais naquele momento — declarou a delegada Vanessa Pitrez, diretora do Deic, em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (27).

As investigações indicam que os três faziam parte de um grupo especializado em golpes virtuais, utilizando diferentes contextos. O adolescente de 16 anos é natural de Santa Catarina, enquanto os outros dois são de Alagoas e do Rio Grande do Norte. A polícia ainda está apurando há quanto tempo o grupo atuava.

— Quando a tragédia da enchente ocorreu no RS, eles aproveitaram para criar novos golpes. Acreditamos que eles já estavam há algum tempo atuando nessa modalidade, chamada de “black”, e relataram durante os mandados que eram especialistas nisso. Utilizavam qualquer fato de grande repercussão para criar golpes — explicou o delegado João Vitor Heredia.

O aluguel do imóvel era dividido pelo trio. Dentro do apartamento, a polícia encontrou equipamentos de informática avaliados em cerca de R$ 200 mil, incluindo computadores, celulares e HDs, que foram apreendidos para análise.

— Utilizavam esse apartamento como um quartel-general para praticar golpes continuamente. O menor de 16 anos confirmou diversas modalidades de golpes, utilizando qualquer fato nacional relevante para criá-los — afirmou o delegado.

Devido ao envolvimento de menores, a investigação contará com o apoio da Divisão Especial da Criança e do Adolescente (Deca). Os adultos continuarão sendo investigados pelo Deic por crimes como estelionato, associação criminosa e uso de documento falso.
Esquema sofisticado

Um dos aspectos que chamou a atenção da polícia foi a sofisticação do golpe. Utilizavam um gateway de pagamento digital para dificultar a identificação dos destinatários e dar uma aparência legítima ao dinheiro arrecadado. Para incentivar as doações, os golpistas fingiam que a campanha já havia arrecadado grandes somas.

— Identificamos várias modalidades de golpes, alguns mais simples, mas ainda assim lucrativos. Este, realizado pelo adolescente de Balneário Camboriú, é um dos mais sofisticados — afirmou o delegado Eibert Moreira Neto, diretor de investigações do Deic.

Para o golpe, foi criado um site simulando uma campanha do governo do RS, direcionando para uma vaquinha virtual falsa. As doações eram feitas via QR Code, processado por uma loja virtual, e encaminhadas para um gateway de pagamento, que transferia o dinheiro para onde os golpistas tinham definido. O adolescente, como sócio de uma empresa de consultoria online, direcionava os valores para sua empresa.

— O valor chegava na conta do golpista como se fosse a compra de um produto ou serviço, disfarçando a sua origem ilícita — explicou o delegado Heredia.

A Justiça determinou, a pedido da polícia, o bloqueio de contas até o valor de R$ 1 milhão. A polícia ainda investiga quanto foi movimentado pelo grupo desde o início do esquema.
Força-Tarefa Cyber

Desde o início da força-tarefa, 59 casos foram investigados e 29 inquéritos abertos para apurar estelionatos virtuais e notícias falsas. Esta foi a segunda operação focada em golpes desde o início das investigações. A polícia já conseguiu retirar do ar 71 páginas, contas e publicações.

Fonte: GZH

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