Líderes do PT montam “força-tarefa” para defender Ministério da Justiça sobre fuga de presos

Líderes do PT e juristas ligados ao partido montaram uma espécie de força-tarefa nos bastidores, em apoio ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.

A ordem é difundir manifestações em defesa da resposta da pasta à crise provocada pela fuga inédita de dois presos da penitenciária de segurança máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

O argumento mais usado para rebater as críticas é que Lewandowski herdou o “legado” do sistema prisional de seus antecessores, inclusive do ex-ministro Flávio Dino, indicado para o Supremo Tribunal Federal (STF).

O fogo amigo, inclusive, é atribuído principalmente ao time que ocupava o ministério antes da troca de comando.

O PT vinha há tempos travando uma queda de braço com Dino, tendo articulado inclusive em favor do desmembramento da pasta em dois ministérios — o da Justiça e o da Segurança Pública.

Outra linha da narrativa é destacar o perfil discreto do novo ministro como uma qualidade.

Ao menos dois interlocutores que conversaram com Lewandowski entre ontem e hoje disseram à CNN que o ministro seguiu o protocolo cauteloso mesmo nos telefonemas reservados.

Em geral, apenas agradeceu as manifestações de apoio, disse que ainda está colhendo informações sobre Mossoró e outras unidades prisionais, sempre reforçando que todas as medidas necessárias serão tomadas.

Ainda assim, mesmo apoiadores ferrenhos do ministro admitem que seria necessário dar mais “publicidade” às medidas tomadas diante do caso, consideradas “bastante enérgicas” pela base petista.

“Disse a ele que é importante divulgarmos bem isso”, declarou um dos interlocutores do ministro.

“Me parece que ele ainda mantém um cacoete de Judiciário, não vai se pronunciar enquanto não tiver todas as informações no detalhe”, prosseguiu.

Lewandowski, como informou a âncora da CNN, Raquel Landim, conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a respeito da crise.

O presidente está em viagem oficial ao Egito e acompanha à distância. Coube ao secretário-executivo da pasta, Manoel Carlos, repassar as informações sobre o telefonema a parte dos aliados que acompanham de perto a reação do ministério.

Fonte: CNN