Quase 12 anos após a primeira fase da Operação Leite Compen$ado e mais de sete anos depois da etapa 12, o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) deflagrou nesta quarta-feira, 11 de dezembro, a 13ª fase da ofensiva, resultando na prisão do químico industrial apelidado de “mago do leite”.
Ele foi detido em uma fábrica no município de Taquara (RS), acusado de adulterar produtos lácteos com soda cáustica e água oxigenada, substâncias nocivas à saúde.
As investigações, conduzidas pelas Promotorias de Justiça Especializada Criminal e de Defesa do Consumidor, identificaram práticas irregulares na produção de leite UHT, leite em pó, compostos lácteos e soro, incluindo a reutilização de produtos vencidos e embalagens com sujeira e pelos.
Apesar das evidências, a Justiça não autorizou a divulgação das marcas envolvidas.
Além do químico, outros três suspeitos foram presos: o sócio-proprietário da indústria, dois gerentes e uma funcionária flagrada alertando colegas para esconder celulares.
A operação mobilizou 110 agentes para cumprir mandados de prisão e busca em cidades do Rio Grande do Sul e em São Paulo.
Histórico de reincidência
O químico já havia sido investigado em 2014, na 5ª fase da operação, por adulterar leite com soda cáustica, bicarbonato de sódio e água oxigenada.
Apesar de medidas judiciais que o impediam de atuar em laticínios e de ordens pendentes para o uso de tornozeleira eletrônica, ele continuava envolvido no esquema, agora com fórmulas mais sofisticadas para burlar fiscalização.
Produtos distribuídos no Brasil e no exterior
Os produtos adulterados da fábrica de Taquara são comercializados em todo o Brasil e até na Venezuela.
A empresa também venceu licitações para fornecer laticínios a escolas em São Paulo, aumentando o alcance do problema.
Novos exames buscam determinar com precisão os lotes contaminados.